sexta-feira, 19 de março de 2010

Owarimashita

Este blog será encerrado. As postagens mais importantes serão repostadas em outro, cujo endereço será divulgado apenas para amigos de verdade. Breve.

That's all, folks.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Riqueza


Paz. Gratidão. Serenidade. Amor.
As verdadeiras moedas do Céu.

Ver em tudo uma oportunidade de crescer:
Os melhores óculos que se pode comprar com elas.

Ser um espelho do sorriso amigo, um agasalho que afaste a fria tristeza:
Os melhores utensílios.

Servir. Ser... ser humano.
O melhor trabalho.


Para aqueles que Deus fez e jogou a forminha fora. Para todos os Buddhas, despertos ou que ainda tenham seus olhos fechados. E para aqueles que tem belos lampejos de lucidez espiritual, abrem os olhos e agem de acordo com a beleza do que viram.

"Que eu me torne em todos os momentos, agora e sempre: um protetor para os desprotegidos, um guia para os que perderam o rumo, um navio para os que têm oceanos a cruzar, uma ponte para os que têm rios a atravessar, um santuário para os que estão em perigo, uma lâmpada para os que não têm luz, um refúgio para os que não têm abrigo e um servidor para todos os necessitados" . S.S. o Dalai Lama. Templo Zu Lai, Cotia, SP

ouvindo Krishna Das - Kashi Vishwanath Gange

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

My clown self - ou de ontem em diante.



Parto-me.
Parto-me.
A poesia prevalece!
A poesia prevalece!

O primeiro senso é a fuga.
Bom, na verdade é o medo, daí então a fuga.
Evoca-se na sombra uma inquietudde, uma alteridade disfarçada, inquilina de todos os nossos riscos. A juventude plena e sem planos...


Se esvai.

O parto ocorre:

Parto-me.
Parto-me.
Parto-me.
Parto-me.

Aborto certas convicções.
Abordo demônios e manias.
Flagelo-me...
Exponho cicatrizes!
E acordo os meus com muito mais cuidado,
Muito mais atenção.
E a tensão, que parecia nunca não passar...
O servil que passou pra servir...
Pra discernir,
Harmonizar o tom,
O movimento-som...
Toda terra que devo do ar,
Todo voto que devo parir,
Não dever ao devir,
Nunca deixar de vir

com outros olhos
com outros olhos
com outros olhos.


Fernando Anitelli - Amadurecência

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Lar, doce lar


Anoitecia. Perto do lago os sapos coaxavam, e alguns vagalumes passeavam no bosque. O vento fazia um som gostoso entre as folhagens.
Montado em cima do cavalo, um rapaz voltava para casa depois de um dia de trabalho. Chapéu, bota, camisa aberta de um charme desleixado. Não havia pressa naquele lugar.
Admirava a paisagem - os campos onde ficavam as plantações, o ribeirão lá embaixo, depois da ribanceira... as estrelas e a lua que estava cheia, de maneira que ele sequer notava a ausência de iluminação na estradinha, graças ao show no céu.
Cumprimentou um ou dois cumpadres no caminho, também voltavam para casa.
Chegando na porteira piscou os olhos, que se acostumavam com a luz que vinha lá da casa. Apeou do cavalo e foi abri-la. Conduziu o cavalo sem montá-lo, deveria estar até mais cansado do que ele. Deixou-o pastar livre.
O final do dia foi em silêncio, todos endurecidos pela labuta, em volta da mesa. Fazia calor perto do fogão à lenha. Comeram devagar, eita sabor bão o da comida de casa, sô.
Reuniram-se do lado de fora da casa, depois da mesa desfeita e arrumada para o café do dia seguinte, claro. Acordariam cedo para a missa, e sua mulher não gostava de fazer as coisas com pressa, muito menos se atrasar.
Lembrou-se de quando ela era sua menina, e se viam escondido do pai depois da missa. De como quase fugira com ela, e de como era feliz com ela e seus dois meninos, que saíram à cara do pai.
Puxou da viola uma moda de saudade, uma de amor, uma bem sertaneja, acompanhado pelos filhos. E aqueles olhos pelos quais se enamorara capengavam de sono mas eram acompanhados de um sorriso.
Os outros entraram, e ele acendeu um cigarro de palha. A brasa era mais um ponto de luz naquela noite. Finalmente relaxou, guardou a viola na sacola e foi lavar a cara pra não dormir cheirando tabaco.
Foram pousar. Deitou ao lado de sua mulher e mais do que nunca teve a certeza de que eram felizes, naquele aconchego de dormirem abraçadinhos.
Não havia lugar como sua casa, seu lar. Adormeceu com aquele sorriso leve no rosto. Amanhã era dia de agradecer a Deus por tudo aquilo...

ouvindo Victor e Léo - Deus e eu no sertão

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Never alone on the pathway


"Amigo dileto das horas incertas
Dos braços que acolhem
Das portas abertas
Dos risos tão soltos
Das mãos extendidas
Tu és como poucos
E vem de outras vidas
Mudou meu caminho
Partilha meus passos
Não ando sozinho
No vasto caminho
Da estrada da vida,
Feliz, sem medida."


Fiz em homenagem a alguns poucos amigos - especiais.

A loose page: the kaleidoscope tunnel


Well, if you do not believe things can get crazy in a way most mortals would never imagine... do not even continue reading my report on the fantastic Time Nexus.

Well, there we were. When, or where... I could not quitly understand - as per usual. Some kind of tunnel, and I was sure I've never used any kind of ilegal drug, but... it was colourful and the colours... danced. Ask the old man if you do not believe me. All tones of all the colours you can possibly imagine. As I have all the time I want, I could describe it, but you are not timeless as I am in the moment - I know, this sounds like a paradox. So I will allow your imagination do the job.
Ok, lets cut to the chase. Meanwhile back at the ranch...

-Sir, what is this?
The old man was dazzled. I was, of course, puzzled, which meant pratically the same here. He did not pay much attention to my question.
-Look, Ewan! I think all the elements of Creation flowing through... well, through this tunnel we are! - I thought this explanation was particularly hideous and pathetic, but decided not to mention this to Mr. Time - perhaps this is some kind of passageway between worlds. Our research is leading us to something, at last!

Hours and hours of dull reading. Not to mention I could not read more than half the languages those weird textbooks were written in. Many of the alphabets seemed unrecognizable to humans, and I can bet they were exacly that.. One of them consisted of blotches who looked like a 3 year old version of "mama, daddy and rex, our dog".
The tunnel was extremely long. Sometimes I had a deep sensation I would just love to be daltonic. Eras could have passed, and my head started to ache as if desperately trying to remember me it existed.
The thing is: time was not something I needed to worry about. For an example:



































Ok, I bet you kind of expected this to happen. See it? the time it took for you to run your eyes over this blank section of this page, in the nexus, could be more than I could stand, or the blink of an eye. Perhaps a parsec.
And my eyes were blinking. We walked. Then we had to run. I looked behind us and you could say things were getting... dark. The tunnel was disappearing. And probably we would, too. I know, cursed be my big mouth. Suddenly, the colours seemed better than cold and dark inexistence.
-Sir, RUN!
I took him by the shoulder and we ran. Ah, we ran for dear life. He held his coconut hat and opened his eyes so wide I thought we would have to turn back to fetch them when they popped out. Of course, if there were still any eye there to be caught.
Next thing I did - do not ask how, for I still don't know - I jumped.
We landed. Somewhere/sometime in my deepest image of a dream. We were outdoors. The landscape was[...]

THE PAGE ENDS HERE.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Elísio


A paisagem mudara. Definitivamente, algo estava diferente.
Ele não acreditava que a estrada se aplainaria para sempre e o caminho seria sempre ladeado por aqueles prados de grama macia e campos de trigo que cheiravam tão bem. Não para sempre os cravos e loureiros convidativos lhe cederiam uma sombra à margem do regato em que se refrescava.
Mas não mais as pontes sobre abismos, cordas bambas arriscando romper-se a todo instante. Havia, há muito, deixado as Trevas para trás.
Tirara a placa de armadura que recobria seu peito. Lançara mão de seu escudo, lança e espada momentaneamente. Até mesmo suas sandálias deixara pelo caminho ao subir aquela colina. O vento acariciava seu corpo como se desse boas vindas a um visitante cansado que esperara por muito tempo. Finalmente alcançou o topo.
O céu não estava repleto dos relâmpagos e da fumaça de algum vulcão nervoso em erupção. As nuvens pairavam serenas amainando a luz do sol que se punha.
Observou aquilo por um longo tempo. Alcançara um campo elíseo, ainda que no mundo dos mortais em seu caminho, um alívio. Sabia que antes que os deuses clamassem sua vida, haveria muito por que lutar ainda, mas não havia mais temor pelo que haveria de vir.
Mas os deuses o invejariam. Pois descobrira que, por mais que existissem batalhas pela frente, as verdadeiras conquistas de um homem não se depositavam no mérito do ouro, na tomada de territórios e no prestígio, na fama.
De longe, avistava uma casa. Uma mulher acenava convidando-o. Chamando-o a seu descanso além de qualquer exílio. Suas conquistas? ter um lar, viver bem cada dia, e amar. Um homem não precisava de muito além disso. Acima de tudo, havia reconquistado a si mesmo.

ouvindo Gladiator Soundtrack - Elysium